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COMO AVALIAR A RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE EMBOÇO?

COMO AVALIAR A RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE EMBOÇO?

Por Eng. Marina Röse,  31 de julho de 2017

Após a aplicação das argamassas, as mesmas podem e devem ser submetidas ao ensaio de resistência de aderência à tração, com o objetivo de avaliar a capacidade que um revestimento de emboço acabado suporta quando submetido ao esforço de tração.

Além da resistência propriamente dita, este ensaio identifica também eventuais ligações frágeis no sistema e falhas executivas, sendo uma ferramenta muito importante na tomada de decisões durante a execução dos revestimentos.

Sua execução deve seguir às diretrizes e especificações das normas técnicas vigentes, como a NBR 13749 – Revestimentos de Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas – Especificações e NBR 13528 – Revestimento de Paredes de Argamassas Inorgânicas – Determinação da resistência de aderência à tração.

A NBR 13749 determina as características a serem atendidas pelas argamassas, dentre as quais a aderência. Deve ficar claro que a aderência deve existir entre a argamassa de emboço e a base na qual foi aplicada, mas também entre as camadas constituintes do sistema. De nada resolve uma argamassa dosada para atingir uma resistência adequada porém mal executada, fazendo com que a mesma perca suas qualidades e características.

Para a definição dos locais de ensaio, devem ser seguidas seguintes orientações:

  • Percute-se 1m2 para cada 50m2 de área de teto.
  • Percute-se 1m2 para cada 100m2 de área de parede.

Os revestimentos que apresentarem som cavo nesta inspeção, por amostragem, devem ser integramente percutidos.

Essa mesma norma preconiza que os ensaios de resistência de aderência à tração devem ser realizados sempre que a fiscalização julgar necessária, em pontos aleatórios a cada 100 m2 ou menos de área suspeita. Deverão ser realizados com 12 (doze) corpos de prova de mesma característica, distribuídos de forma aleatória. Desses 12 (doze) corpos de prova, 08 (oito) devem apresentar a resistência à tração mínima indicada pela NBR 13749, a saber:

  • Paredes internas, com acabamento em pintura ou base para reboco: superior a 0,20MPa
  • Paredes internas, com acabamento em cerâmica ou laminado: superior a 0,30MPa
  • Paredes externas, com acabamento em pintura ou base para reboco: superior a 0,30MPa
  • Paredes externas, com acabamento em cerâmica: superior a 0,20MPa
  • Teto: superior a 0,20MPa

O ensaio deverá ser executado conforme a NBR 13528, que determina que os ensaios sejam realizados aos 28 dias de idade para argamassas mistas ou de cimento e 56 dias para argamassa com cal.

Para execução deste ensaio é necessário pessoal treinado e especializado, com domínio das especificações normativas. Todos os equipamentos envolvidos devem estar em dia quanto à manutenção e calibração, visando sempre à qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos em obra. Mesmo com todo esse controle, podem ocorrer neste ensaio resultados com grande variabilidade, devido a diferentes tipos de substrato, característica das argamassas, diferentes tipos de aplicação e mão de obra, ou seja, a inconstância de todo um sistema de revestimento é refletida no coeficiente de variação dos resultados.

Devido à variabilidade característica deste material e de seu processo de aplicação, é de suma importância à conscientização por parte da obra, da necessidade de ensaios preventivos, que podem orientar na tomada de decisões, mostrar gargalos de obra, evitar custos futuros com reparos e retrabalhos.

Muitas obras não executam ensaios preventivos e acabam tendo gastos além do previsto em manutenção pós-obra. A possibilidade de ensaios em argamassa deve ser abordada ainda durante a execução ou até mesmo na fase de orçamentação da obra. Aparentes economias feitas durante a obra com a redução da quantidade de ensaios de verificação dos materiais aplicados podem gerar um custo desnecessário no futuro, e falta de confiabilidade do consumidor pela construtora escolhida.

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