Fundações e Estruturas
Por Eng, Carolina Paese, 6 de setembro de 2017.
Como análise imprescindível na área da construção civil, o monitoramento de estruturas tem como finalidade medir os deslocamentos resultantes da interação solo-estrutura durante o carregamento da obra ou na ocorrência de fatores externos, como escavações próximas ou alteração do uso da edificação, que possam prejudicar seu desempenho.
A fundação tem a função de transmitir as cargas da estrutura para o solo. Dessa maneira, o comportamento da edificação depende, dentre outros fatores, das características do solo no terreno e no entorno e do tipo e carregamento dos elementos estruturais das fundações. As normas vigentes especificam os ensaios que devem ser realizados para que possam ser identificados precocemente os elementos defeituosos e as situações de risco.
Segundo a NBR 6.122:2010, por recalque entende-se o “movimento vertical descendente de um elemento estrutural. Convenciona-se representar o recalque com o sinal positivo”. A sua medição é um recurso para a observação do comportamento da obra. Rebello (2008) afirma que “o recalque em si pode não resultar em danos às edificações”, desde que seja uniforme em todos os pontos. O recalque diferencial entre os apoios pode impor, conforme sua intensidade, um momento fletor adicional não previsto à estrutura, causando-lhe dano.
Temporariamente, devido a fatores externos como escavações profundas e rebaixamento do lençol freático, podem ocorrer maiores velocidades de recalques das fundações nas edificações vizinhas. Entretanto, a evolução dessas e dos recalques diferenciais deve ser controlada, mantendo os valores dentro de um parâmetro aceitável para que não causem danos a estrutura. Caso as deformações superem a capacidade resistente dos elementos de vedação ou estruturais, fissuras podem aparecer, chegando a casos em que é necessário o reforço estrutural da edificação para evitar ruína parcial ou total.
Neste caso, o ideal seria, que durante a vistoria de vizinhos ou o pré-projeto da obra, fosse realizada um monitoramento preventivo das edificações adjacentes à obra, por meio de métodos geodésicos, como apresentado na NBR 6.122:2010. Além desta norma, o acompanhamento das estruturas adjacentes a novas obras se faz necessário pelas mesmas normas da vistoria de vizinhança.
Segundo Corrêa (2012) e Dalazoana (2013), o monitoramento pressupõe:
Os métodos de monitoramento são classificados em geodésicos (detectar primeiramente movimentos absolutos) e geotécnicos (detectar primeiramente movimentos relativos).
Os métodos de monitoramento geodésico visam encontrar alterações de coordenadas planimétricas e/ou altimétricas, de uma série de leituras, de pontos-objetos, em determinado período de tempo. Os valores encontrados indicam se houve alterações nos valores das coordenadas, chamado de deslocamento (CÔRREA, 2012).
Estes devem ser mantidos durante a execução da obra, com a finalidade de comprovar o adequado desempenho das fundações e identificar precocemente comportamentos inadequados. Os tipos de monitoramento se completam de uma forma geral, sendo os mais comuns:
Além da superestrutura de edifícios, estruturas de contenções podem ser monitoradas com o propósito de detectar movimentações acima do esperado nas estruturas avaliadas, possibilitando a detecção de variações de forma ocorridas na estrutura, de maneira que sejam antecipadas ações corretivas se necessárias.